...

…o elevador finalmente chegara. Pacientemente, já há bastante tempo que o esperava...
Os duendes tinham dividido entre eles os objectos a levar: a tesoura, a agulha, os pincéis, o carreto das linhas. No entanto, apesar de carregados, saltitavam contentes em meu redor como sempre! O girassol, esse…estava cabisbaixo e constantemente reclamava de sede.

Ouviu-se um sinal sonoro e as suas portas vagarosamente começaram a abrir-se em par. Não havia pressa…peguei no vaso e esperei …. de dentro escapou-se um aroma fresco a bosque e um harmonioso som de flauta…todos pararam.

O girassol levantou suavemente a cabeça e mirou o interior do elevador. Eu continuava a segurá-lo com toda a dedicação.
Aninhados atrás das minhas pernas, os duendes espreitavam … e no bolso traseiro das minhas calças tinha-se escondido a preta com o pavor de tudo aquilo que não conhece.

Quando consegui espreitar melhor, pude observar um chão repleto de musgo e uma hera verdejante que cobria as paredes. Olhei atentamente e num dos galhos sentava-se uma figura curiosamente bela e serena! Empunhava, nas suas mãos fortes, a flauta muito bem esculpida em pau escuro. O seu colo guardava um novelo e uma gota de água.

Fiquei ali boquiaberta olhando para o interior do elevador...
Pousou a flauta, estendeu delicadamente a sua mão e disse “Entra! Estava à tua espera. Vamos para o mesmo lugar…”
“Vamos para o mesmo lugar?!”
(...)

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